sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Quase uma exumação... =]

Essa semana comentava com amigos na UFMA sobre poemas, aí caímos naquelas confissões de: "eu já recebi um poema"... Contei minha história!
Um dia de chuva torrencial em fevereiro de 2006, peguei o ônibus como de costume, para ir ao colégio participar do ensaio do grupo de teatro... Eu lia um livro dentro do ônibus - que prefiro não comentar qual - entretida com a narração, sorrindo às vezes, gostando! Aí aproximou-se a minha parada... Puxei aquela cordinha, e esperei, quando o ônibus parou em frente ao Educator - sim, lembra que tava chovendo torrencialmente?? - ouvi o rapaz, sentado próximo ao local de onde havia saído chamar: "Querida..."
Virei por extinto, como qualquer pessoa faria... ele me estendeu a mão que continha uma folha mal dobrada, exitei, mas recebi o bilhete...
Desci do ônibus, o papel comprimido pela mão, na tentativa de não deixar respingar uma só gota... a curiosidade batendo... aumentando... eu queria ler! Quando comecei a subir a rampa da escola, desdobrei o papel... apressadamente, tentando não transparecer a ansiedade, achei uma poesia, linda por sinal! Que até hoje, dividi com pouquíssimas pessoas, mas hoje resolvi postá-la:

"[Tens no sorriso o ouvido mais perfeito]

Esses meus ridículos modos
Primeiro subsolo
Arrancados em certos fragmentos
Pré-disposto entre o caminho e a desordem
[imagens formuladas]...
Ainda há tempo
O cercado se abriu
O ano pode sair
[onde procurar o vento]!!!!??????
Respire
Retire[...]
Pare
Não ouse
Fique...
Sempre
avesso
ao inexplicável!"


Lembro da minha alegria ao terminar de ler, eu não precisei de mais que uma leitura para entender e me afeiçoar a estranha figura que me fizera aquela declaração! Lindo, não?!?! É meu, porque foi feito pra mim! O papel continha uma assinatura, impossível de ser entendida, até hoje... mais de dois anos depois, não sei quem, não sei se quer o nome daquele que conseguira escrever para esta desconhecida pessoa!
O original dessa poesia não existe mais, pelo menos não em minhas mãos... Eu a mantinha dentro da minha carteira, para o caso de um dia esbarrar com o moço citado, mas foi roubada junto com meus outros pertences e objetos de valor afetivo! ='[
Parece história de conto... parece brincadeira! Depois de um embate sobre poesia com um conhecido... fiquei meio poeta, lembrei-me desta e resolvi postar!

Cheiro...*