sexta-feira, 11 de março de 2011

Cumplicidade


Pensei em um bilhão de maneiras de começar isso aqui, pensei em um título, analisei a história que contaria, como contaria, se contaria e principalmente como me colocaria nela. Lembrei do sonho que tive, que misturava os inúmeros episódios de séries policiais que assisti esses dias com as minhas conversas madrugada a dentro - ou a fora - decidi, redecidi, apaguei tudo, enfim... foi quase um drama só pra digitar esse primeiro parágrafo. Aí me dei conta que não precisaria começar essa história, não precisaria contá-la - porque, de certa forma, estou fadada a escrever sobre a mesma apenas sob uma ótica triste e bizarra de relacionamento complicado - recontá-la, recriá-la, seriam apenas considerações supérfluas ao verdadeiro sentido do que quero expor agora...
Estava apenas pensando em como as pessoas podem aparecer, ou reaparecer, na tua vida de forma tão significativa e te fazer um bem imensurável. Uma piadinha infame que te arranca uma gargalhada sem fim, daquelas que tem que buscar o ar depois de algum tempo, porque ele faltou; pois é... Uma consideração ou outra, e as sinceridades começam a surgir... Pedidos de desculpa, descrições pontuais de situações banais, reconhecimento. Sempre achei que um dia teria essa conversa, mas ela foi tão adiada, que as linhas gerais se transformaram em curiosidade, pelo menos de minha parte, adoro detalhes, fato. Coisas que antes me deixariam indelevelmente triste serviram pra reforçar coisas que o tempo arranjou um jeito de empoeirar. Costumo dizer, escrever: "nada como a sinceridade masculina!" Isso acabou se tornando via de mão dupla, a verdade nas palavras dele, que eu não conhecia por inteiro, graças a minha própria indiferença, desenrolaram não só a minha verdade, mas também a minha empolgação por algo tão novo quanto podia ser pra mim. [Gente, eu não estou me apaixonando... HAHAHAHA']
Acho que estou sendo metafórica demais escrevendo isso, mas gosto de pensar que quando alguém passar pelo mesmo se identificará com isso!
Eu fui dormir sorrindo,... não resgatei confiança, amor, nem sei se interesse suficiente trouxemos de volta, posso não ter um novo colega ou amigo, mas costumo usar um termo que aprendi com meu mestre Sérgio Helal que abrange qualquer descrição de envolvimento: acho que ganhei um "cúmplice"! E mesmo que depois nem eu entenda o que escrevi, posso sorrir de uma passagem ou outra e aceitar essa cumplicidade como real!

Carine Dávalos