segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Nem tudo muda...

Ela abriu os olhos, estava cansada mas, respirou toda a coragem que conseguia e começou a saborear: os sonhos que tecera até ali, as lembranças constantes de olhares, os questionamentos: "por que tu fica sorrindo enquanto eu te beijo??", os carinhos, os beijos, as manhãs perfeitas, juntou-os aos sentimentos deformados pelo tempo; as declarações bobas que ela cuidadosamente recolhia da gaveta e lia colocaram um sorriso em sua boca - de novo. Organizadas por data, graças ao seu metodismo, as situações incomodas foram interpoladas as magníficas, desejos tolos de uma redenção! A caixa não tinha muito espaço físico, já emocionalmente era gigante, colocar pensamentos em caixas não é um trabalho simples; depois de agrupar tudo e colocar a última tristeza que ele causara por cima das coisas boas, ela sorriu e com o abrir de seus lábios, os olhos impulsionaram a primeira e única lágrima que ela derramara desde que abidicou dele, era suficiente, estava integralmente pronta para seguir em frente! Caixa fechada, claro que uma vez ou outra ela a abrirá, pensará com carinho em tudo e com certeza sorrirá sozinha em uma madrugada ou outra de insônia! Por enquanto é melhor não se machucar mais! Ali naquele cantinho o tempo se encarregará de empoeirar a vida "deles"!
Carine Dávalos